Sou muito pequena e a minha grandeza, se há alguma, consiste em transformar sentimentos em algo palpável. Então me entrego às palavras, num exercício quase débil de fazer sentido. Estou só na noite. Sou só, há noite. E quando o silêncio rompe a madrugada e percebo gotas escorrendo pelo meu corpo, divago sobre a solidão que me abarca e que, num paradoxo, sempre foi a melhor companhia. O mundo é vasto. E também vazio. O que me torna tão distante? Talvez as cartas expliquem, IX, o Eremita. Talvez seja uma fase. Talvez seja simplesmente o que faz de mim exatamente assim: o que sou. O escritor tenta extrair das palavras um significado e o seu mal é encontrar o que nunca foi procurado. Arquiteto histórias e pinto poesias, porque essa é a minha expressão. Caneta em punho, papel na mão. Deep impression. Não sou triste, acredite. Minha loucura é- lúcida. Há razão: minhas impressões é que são profundas.
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