quarta-feira, 19 de junho de 2013

Branco

Leio vários livros e não termino, escrevo rascunhos avulsos porque as palavras se perdem no caminho. O resto é folha em branco. Aguardo a inspiração com a luz do quarto acesa, porta e mente abertas, poucas certezas. Procuro em mim a poeta, aquela que dorme e acorda com papel e caneta. Por medo de perder a rima, de não alcançar a palavra. Mas a escrita não se dá em linha reta: a poesia desconstrói;  e só assim me sinto completa.

(Em 14/06/2013)

Sementes

Numa semana memorável.


Se você está inconformado, você muda. A mudança só ocorre quando você almeja o melhor.



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E as coisas, repentinamente, ficam cristalinas.



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A vida é simples de tecer, pode acreditar. E se agora parece difícil, repita sempre que possível: "isso também vai passar."



*



Mas ainda não te falaram o essencial sobre essa menina: ela tem nos olhos girassóis e na boca o desenho de uma tulipa. Ela é perfumada de rosas e, acredite, ela não fala: poetiza.


*

Folha de São Paulo

Essa foto é emblemática. O momento é histórico. Não é pela Copa, não é por "0,20 centavos" como fizeram parecer. É, de fato, a primavera brasileira. As pessoas desabrocharam para a revolução. Essa é a nossa voz e a nossa força. Os covardes, imundos, caretas, corruptos jamais nos calarão.

(Em 16/06/2013)

terça-feira, 11 de junho de 2013

Em meio a nuvens. Os obstáculos de metal me impedem de ir mais longe, embora encurtem tantas distâncias. Quase alcanço estrelas. Tudo é tão diferente visto de cima. Fica a impressão de que há algo além; infinito, talvez. Algo que mensure o real significado da vida.

(dela eu quero a certeza de que apesar dos dias tempestuosos e cinzas haverá luz do sol rompendo um novo dia.Quero inspiração diária para encontrar as palavras refúgio, com as quais eu possa andar de mãos dadas. Finalmente, quero esse amor que me invade, dispersando vazios e afastando a solidão. Um amor que muda tudo e para o qual sempre fujo, pois em seu abraço fiz minha verdadeira morada).

(Em 04/06/2013 - cruzando os céus)
O amor pede a palavra.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Perhappiness

Toda Poesia (Paulo Leminski)


Talvez não seja ausência de inspiração.
O sentimento já não alcança a palavra.
Apenas mais um prefixo.
Encadeamento de orações e períodos
Que gritam:
 - Procura-se poesia.
Mas ela não quer ser encontrada

Que fiquem as folhas em branco
E que se percam as letras na estrada
Porque ainda resta algum encanto
Em compôr a vida com rimas
Em busca de alguma beleza e graça

Com a caneta em punho
E ao som da habitual taquicardia 
Dispenso a tal criatividade
Cultivo então um apelo:

-Procura-se sensibilidade.


(Talvez essa suposta incompletude seja um mergulho no que há de mais profundo. Um entendimento que leva, talvez, à felicidade)