terça-feira, 30 de abril de 2013

Anotações sobre um dia de treinamento

É mais fácil descartar. Abandonar. Começar do zero. Reconstruir é difícil, é necessário entender o que deu errado, reparar os danos para fazer dar certo. Dá trabalho. É exaustivo. Ainda assim é preferível reutilizar os esforços e juntar os cacos. Às vezes o que é realmente essencial está num detalhe, num pedaço. Isso sim é transformação.

(29/04/2013)
Sempre de partida e nunca acostumada (verto toda essa saudade em lágrimas).


São Paulo, 28/04/2013

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Vinte e poucos anos

A minha visão sobre os 20 anos: é assustador, porque desde os 15 só vejo o tempo passar depressa demais. E no meio do caminho a gente se pergunta: é realmente isso? Mas onde vai parar? Não para nunca. O mundo gira e você tá ali, parado no centro, tentando compreender. E se encontrar. Mas não há jeito certo, só se aprende com os erros. É o nosso jeito impulsivo, imediatista, desesperado, mas otimista. Não sei você, mas em meio ao turbilhão de sensações e pensamentos, continuo andando em direção ao que é meu. " O caminho se faz ao andar". Já não fujo e pouca coisa me apavora. Estou encontrando o meu lugar.

(Em 19/04/13)

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Carta para alguém de dentro (ou dias cinzas)

À Marcela, minha alma gêmea dessa e de outras vidas.


Amiga, bom dia! Hoje amanheci com o vento balançando as cortinas e com a chuva inundando a manhã fria. Não pude deixar de lembrar de você, da nossa viagem que aconteceu num dia tão cinza quanto este. É quase impossível não pensar. Ou melhor dizendo, sentir. Amiga, aquela viagem foi muito importante pra mim, criou um marco na minha vida. Eu estava à beira do precipício e o resgate aconteceu porque mergulhamos, juntas, dentro da gente. Sinto uma certa nostalgia, falta daquela epifania, das descobertas, dos extremos que vivenciamos. Chegamos lá com uma chuva torrencial por dentro e voltamos com o sol interno aceso. Só queria agradecer pelas nossas mãos dadas. Por ser sempre aquela para quem remeto as minhas cartas. Me sinto em paz. O equilíbrio, até então perdido, em mim jaz. Te amo.

( Em 21/04/2013)

(M)eu

Gosto do meu olhar quando é você que eu vejo. As palavras perdem o sentido quando minha boca encontra o seu beijo (só tenho algo a dizer porque meus olhos não te alcançam; a minha sede, você sabe, água potável não mata.) É o meu jeito de falar do amor que sinto. E porque, acredite, sempre sinto a sua falta.

(Em 14/04/2013)

Fragmentos dispersos

O silêncio também é eloquente.

*

Dias cinzas eu ilumino com so(l)rrisos

*

Com seus passos ela compõe rimas, cada frase dita é preenchida com versos, inspiração é sua sina. "O que ela tem de diferente das outras?", você indagaria. Eu respondo: poesia.

*

O que não li nas cartas do tarot e nem mesmo interpretando as doze casas do zodíaco é que nada está realmente determinado. O destino não está escrito. Sou eternamente responsável pelo que faço. Eu sou o que acredito.

*

Para não esquecer: quando há amor de sobra, nada falta.

*

Ando armada com fé, porque paz é tudo o que quero.

*




quinta-feira, 11 de abril de 2013

“O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo…
Creio no mundo como num malmequer,

Porque o vejo.Mas não penso nele

Porque pensar é não compreender…
O Mundo não se fez para pensarmos nele

(Pensar é estar doente dos olhos)

Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos..

Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,

Mas porque a amo, e amo-a por isso

Porque quem ama nunca sabe o que ama

Nem sabe por que ama, nem o que é amar…
Amar é a eterna inocência,

E a única inocência não pensar…”

(Alberto Caeiro)