quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Ausências surgiram em nossa caminhada, mas nunca perdi de vista os teus passos. De alguma forma estavam sempre junto aos meus, lado a lado. O sentimento persistia, não houve ruptura dos laços. Lembrei daquilo que você falava "não é todo dia que encontramos o amor da nossa vida. A gente tem muita sorte, sabia?". Eu sempre soube. Concordava também com Rubem Alves, quanto à metáfora do pássaro pousado no dedo. O amor voa. Mas na hora certa ele volta. 

Quando a gente vê no outro uma possível eternidade, a gente acredita. Quando é verdadeiro o que se sente, não há outra saída: a gente se rende.

O que eu sei

Para o meu Daniel.

Que não importa onde eu esteja, sempre sinto o seu cheiro. Que o coração acelera quando leio ou ouço o seu nome em algum lugar. Que eu penso em você (sem exageros) o tempo inteiro. Que eu compro aquele chiclete com sabor melancia só porque você gosta e eu gosto de lembrar.

Que seja uma forma de amor, quem sabe de saudade.
Talvez seja ainda melhor (e maior):
porque eu sei que é de verdade.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Grãos II

(Pequenos pensamentos dispersos)



Minha liberdade de ser consiste no meu ato de escrever. A pena que trago desenhada no pulso não me deixa esquecer.

*

E quem me vê por aí sozinha, nem sabe como sou completa, sequer desconfia...

*

É o it de que Clarice tanto falava. O deixar ser, mesmo não sabendo como. Ou no que vai dar. Eu espero no inédito. Naquilo que nem conheço, mas que vai chegar.

*

Tantas vezes estamos abarrotados de sentimentos e nos sentimos vazios. E apenas quando nos desprendemos, jogando tanta coisa fora, e que realmente nos sentimos completos.

*

E o sentido pra vida é a gente que dá.

*

O agora é o meu melhor momento.

*

Amar é‚ dentre outras tantas coisas‚um ato de fé. É preciso confiar sem que haja garantia de retribuição.
Amar é fechar os olhos para poder sentir; é escolher enxergar com o coração.

Eu invento uma sequência de palavras para desenhar tudo em volta. Mas guardo meus segredos, apresso os ponteiros: é chegada a minha hora. Refaço meu dia, teço com uma linha bem bonita a minha história. Esqueço o passado na última gaveta das lembranças. Afinal de contas, na paisagem dessa vida tortuosa apenas uma coisa me interessa: o agora.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013


Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.


(Miguel Torga)
O som do silêncio é interrompido pelo vento. Ouço o flanar das asas de um pássaro que, assim como eu, voa atrás de algo parecido com liberdade. Descanso do meu voo deitada na grama e encaro a lua crescente. Alguns chamam isso de estado de contemplação. Eu não: prefiro felicidade.






E a lua que lá na praia anunciava o fim do dia, agora atravessa seus raios pela janela, me fazendo companhia. Hoje ela me contou um segredo: me namora há tempos, e eu nem sabia...

Em 27/12/2012

O crescimento é interno. Essa capacidade de me metamorfosear e surpreender, quando ninguém apostava nas mudanças. Criando o belo, dispenso a tristeza. Não me permito mais viver sob determinadas circunstâncias. Quando fiz as pazes comigo, o desapego ficou menos difícil e não dói dizer adeus. Quando fiz as pazes comigo, me dei conta de que seguir é preciso e de que há muitos caminhos no mundo:

e todos eles são meus.