Para Danielle, tão íntima dos abismos quanto eu.
Quando você me deixou. E eu sequer preciso terminar a frase ou elucubrar sobre o assunto. Não há porque continuar a sentença, quando eu mesma simplesmente continuei na vida. Foi ali, exatamente ali, você me deixando, além do amargo na boca e um soco no estômago: você me deu também uma carta de alforria.
Quando você me deixou. Eu poderia falar sobre a frieza que persistiu no lugar de tudo aquilo que eu sentia, poderia falar sobre a raiva, poderia falar sobre melancolia. Mas não. Tudo de ruim acabou pra mim naquele dia.
Quando você me deixou. Vê, eu aprendi a usar a primeira pessoa do singular. Eu. Somente eu sei das noites que atravessei construindo barreiras em torno de mim, das insones madrugadas, da tentativa de resgatar alguma coisa bela da ruína para perceber que no fim da linha, não se engane, não sobra nada.
Quando você me deixou. A solidão, andando comigo de mãos dadas, me deu a chance de contemplar os dias, quando uma distorção de você era tudo o que eu via . O escuro da noite me bastaria, mas quando você me deixou, ele serviu apenas de inspiração para poesia.
Quando você me deixou. Eu não preciso de ninguém.
Quando você me deixou. Eu também amanhecia.
Quando você me deixou.
Amém.
Amém! : )
ResponderExcluirte amo amiga....
Ah! manda pra mim aquele texto que vc leu pra mim, manda pro meu email.