sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O que eu não sei dizer

Que esse vazio me acompanha e que a solidão às vezes é uma grande companhia. Eu sei que você entende a sensação. Talvez a gente não sinta igual, mas sentimos, do nosso jeito único e indefinível. Sentimos muito, isso assusta, quase sempre dói. Quase nunca passa. A tristeza ficou. Esqueceu de ir embora.
O desconforto de estar na própria pele. A estranheza de olhar no espelho e encarar alguém que parece familiar, mas não passa de um desconhecido. Você não se sabe mais. Ninguém sabe.
Você tenta se adequar, tenta abrir as portas que você mesmo fechou, tenta romper as barreiras atrás das quais você se escondeu. E se armou. Você, mais uma vez, se enganou na esperança de que o achassem. E, nesse labirinto interno cheio de obstáculos, de sofrimento, angústia, inconformismo, você ficou ainda mais perdido. E não há placa  pra onde voltar, não há sinais, sequer avisos, quando a única luz que ainda ilumina é a do cigarro aceso. E essa luz indica: perigo.
Porque quem se perdeu não pode ser encontrado. Só ele pode se encontrar. Naquela mesma solidão, mesmo que aos pedaços. Mesmo que doa e fira, mesmo que você chore e caia. Levante-se. E junte os cacos.


Estou cansado de conviver com nãos
E  se nesse escuro encontro refúgio
O que eu preciso de verdade é que alguém me estenda a mão

Para Camila, o meu coração aberto e as minhas mãos estendidas.

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