Hoje o dia acordou bonito. Depois dessa alternância de frio, chuva e cinzas, setembro aos poucos se despede do inverno. Que venha a primavera - estação das flores - para embelezar os corações mais céticos. Estamos precisando de cor pra sobreviver. Precisamos de sol e de céu límpido para dissipar as nuvens que persistem desde agosto. Porque agosto foi difícil de atravessar. Segunda geração romântica, spleen. Melancolia, desespero, uma saudade constante sabe-se lá do quê, talvez de tudo o que não podia (nem deveria) ser, porque agosto é sarcástico, é Gregório de Matos, não é Lord Byron. Agosto é a boca do inferno. O movimento era inadequado porque agosto não suporta drama, nem a dor sentida pelos outros, porque agosto é egoísta ( sol na casa V), e embora seja regido pelo sol só oferece punhados de frio. Agosto, meu amigo, agosto só faz doer. Lá no fundo do fundo do fundo. Dói dentro.
Hoje o dia amanheceu tranquilo. Com a leveza de que dias difíceis passam. É quase primavera, os ventos apontam outra direção, um caminho, espero, sorrindo, cheio de tulipas. Porque é setembro. Setembro não é romântico nem barroco. Setembro é bucólico e arcádico. Campo inundado de tulipas (é, isso aí). Setembro é simples. E ilumina.
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