segunda-feira, 19 de julho de 2010

Da manhã (ou sobre o amor)


Depois dos pesadelos, noites mal -dormidas, más notícias, vendo o que nunca quer se ver com lágrimas escorrendo pelo rosto, hoje acordei me perguntando sobre o amor.
Não estou com vontade de sair da minha cama, desse aparente conforto e da solidão sob a qual estou condicionada até que tudo se esclareça.
Hoje eu tive um sonho. E nesse sonho eu senti a mesma dor que eu sinto agora. A dor da perda. A dor da mentira. A dor da mudança. E a dor de se importar com alguém em vão.
Apesar dos meus pés estarem fincados no chão, minha cabeça se perde em devaneios. O amor faz das suas conosco. Ele nos deixa feliz, passa a ser objetivo de vida e, quando acaba, pelas mais diversas situações, parece inacabado ainda. Paradoxal, né? Porque quando acaba, acaba. Não faz sofrer. Não mais.
O amor é uma escolha. Escolha essa muitas vezes sutil, mas ainda assim voluntária. Escolha que muda quem somos, que muda a nossa vida. O que antes era primeira pessoa do singular, passar a ser plural. E, cá entre nós, passa a ser mais incrível. Sensacional.
Quando essa escolha é feita, corremos inúmeros riscos: ilusão, perda, traição, não-correspondência, decepção. Resta apenas ter sorte. Sorte que um dia a pessoa que você escolheu amar, te ame de volta. Por escolha própria.
Da mesma forma que há escolha para amar alguém, há também para não amá-la. E essa é a mais difícil. É como se houvesse luta direta entre a razão e a emoção. A emoção quer amar, mas, racionalmente, você sabe que não é possível e escolhe negar esse amor. E essa negação é tarefa diária. Requer disciplina, paciência, força de vontade.
Se desvencilhar é algo que você faz a cada dia. Deixar de amar alguém é uma decisão que se toma várias e várias vezes, de tão duro que é, para que não haja recaídas.

P.S.:Drunk girl spends her time with nothing but some cheap wine bottle.

P.S. 2: "Com um vinho barato, um cigarro no cinzeiro e uma cara embriagada no espelho do banheiro... Teus lábios são labirintos que atraem os meus instintos mais sacanas...O teu olhar sempre distante sempre me engana e eu entro sempre na tua dança de cigana..." (Refrão de Um Bolero - Engenheiros do Hawaii versão acústico MTV).

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