domingo, 30 de maio de 2010

A Fuga (ou o crime perfeito)


Abri o armário. Joguei todas as roupas em cima da cama. Abri a mala. Sem pensar, coloquei algumas delas ali dentro, junto com alguns livros, alguns discos, algumas lembranças.
Coloquei minha surrada calça jeans, aquela de que mais gosto e que me dá mais coragem nesses ímpetos de aventura. Peguei algum (pouco) dinheiro, meti no bolso. Me olhei no espelho. Pensei: 'Tem que dar certo.' Pus uma camiseta, prendi o cabelo, calcei meus sapatos e fui. Para nunca mais ou para um novo sempre.

Porque às vezes, muitas das vezes, a gente tem que escapar. Da cena do crime, da nossa casa, da saudade, da dor. Ou, quem sabe, a fuga é da solidão.

Porque ficar sozinho por aqui não dá.

Então, ficarei sozinho em outro lugar.



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