A garota entrara no ônibus com pressa, ele já iria partir. Procurou um lugar mais a frente. Não achou. Pediu licença e sentou-se ao lado daquele rapaz que, com um sorriso nos lábios, respondera: - Toda!
Ficaram silentes durante boa parte do percurso, até que ela perguntou: - Posso deitar no teu ombro?. Ele não disse nada em resposta, apenas se aproximou e ela compreendeu. Encostou lentamente seu rosto no pescoço dele e sua respiração se acalmou. Poucos minutos se passaram sem que notassem, o ponto dele já estava próximo. Ele se afastou, olhou para ela e perguntou: - Como posso te encontrar?. Ela o olhou confusa e disse: Para quê? Você nem ao menos sabe meu nome. Ele respondeu: - Você descansou em meu ombro sem saber nada sobre mim. Simplesmente pediu e eu deixei. A questão é: eu não quero que qualquer um se apoie em mim. Se um dia eu precisar quero que seja você quem deite em meu ombro...E eu sei que vou precisar.
Ela não respondeu nada. Ele se levantou, pediu licença e foi percorrendo o ônibus até a porta de saída. Em seu íntimo, ela ansiava por aquele olhar desconhecido e intrigante. Ele correspondeu ao correr seus olhos pelas janelas buscando os olhos dela. Ao se encontrarem os olhares se amaram. Amor à primeira vista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário