E denuncia as marcas
Sulcos ainda finos que comportam estradas
Nos olhos, que mantenho abertos
E atentos
Na boca, moldada de tanto expressar
Minhas glórias, minhas derrotas,
Minhas palavras
Ao cantar, ao gritar, ao gargalhar
Ao fumar o cigarro que há muito não acendo
O tempo me atravessa
Feito flecha
Às vezes me acho mais sábia
Às vezes tropeço nos meus erros
Mudei muito
Já não danço tanto
Quase não escrevo
Cochilo entre o programa de tv
E as linhas de um texto
Mas me emociono
Trabalho duro
Ouço atentamente
E busco novas saídas
Acolho o encantamento diário
Mesmo estando mais distraída
.
No reflexo do espelho riscado
Minhas linhas a ele se alinham
Eu me revelo
A menina ainda está ali
É essa pele que habito
O meu ponto de equilíbrio
Eu me pertenço
Sou meu próprio centro
Eu sou plena de mim