quarta-feira, 13 de agosto de 2025

O tempo me atravessa
E denuncia as marcas
Sulcos ainda finos que comportam estradas
Nos olhos, que mantenho abertos
E atentos
Na boca, moldada de tanto expressar 
Minhas glórias, minhas derrotas, 
Minhas palavras
Ao cantar, ao gritar, ao gargalhar
Ao fumar o cigarro que há muito não acendo

O tempo me atravessa
Feito flecha
Às vezes me acho mais sábia
Às vezes tropeço nos meus erros
Mudei muito
Já não danço tanto
Quase não escrevo
Cochilo entre o programa de tv
E as linhas de um texto

Mas me emociono
Trabalho duro
Ouço atentamente
E busco novas saídas
Acolho o encantamento diário
Mesmo estando mais distraída
.
No reflexo do espelho riscado
Minhas linhas a ele se alinham
Eu me revelo

A menina ainda está ali

É essa pele que habito
O meu ponto de equilíbrio
Eu me pertenço
Sou meu próprio centro
Eu sou plena de mim







quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025




Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Aquele instante
De genuína contemplação
Em que, sem motivo específico,
A gente sente
Profundamente
Que a vida tem sentido