sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Sol em virgem

Chorei assim que entrou o dia 23. O sol se despedindo de leão e dando boas vindas a virgem. 
Chorei porque por um minuto tudo fez sentido ao mesmo tempo em que eu quase não entendi nada. E corri pra pegar papel e caneta na esperança de ter uma epifania. Mas só senti, não precisei escrever. Uma forma de liberdade.
O mundo, que anda tão confuso, pareceu de certa forma lúcido.
Talvez seja o retorno de Saturno.
Mal consegui dormir, acordei cedo. 
Fiz faxina na casa, joguei uma porção de coisas fora, liberei espaços.

Dentro, fora.
As palavras agora vem fácil.
Sinto sua falta. E parece ser cada vez mais difícil dizer. E pensar que alguns anos atrás o que não nos faltava era coragem. 
Ainda lembro quando escuto Capital Inicial.
Seu aniversário nunca passa em branco pelo meu calendário.
A maior parte das minhas fotos tem você.
Acho isso estranho, depois de tanto tempo ainda saber seu número. Apaguei da agenda, mas nunca saiu da cabeça. 
É difícil fortalecer os laços. Tudo parece superficial. Transitório. A cada ano o círculo se fechava e sempre me perguntava quem eu era. São poucas pessoas que sabem. Você é uma delas.

Nem conto as vezes em que fiquei sem saber se a briga toda foi por achar que não havia mais amor. 
Aí reli aquele texto que escrevi sobre a gente há quase 5 anos. E me dei conta de que na verdade nunca faltou.

Ainda estou aprendendo. Talvez você esteja também. A vida é cheia de vírgulas, interrogações, reticências...
Mas em se tratando da gente, da nossa história desde adolescentes, difícil acreditar num ponto final.
Penso em você.
Penso em você com carinho e amor.
E espero que você esteja bem.

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

As respostas às minhas perguntas desbravo sozinha. O correr dos dias muito me ensina: reflito, divago, silencio.
Hoje eu brindo a minha companhia. 
É complexa essa jornada pelos caminhos de dentro. 
A solitude me abraça, não me sinto desamparada. Não tenho medo.
Tenho aprendido muito sobre mim.