sábado, 17 de novembro de 2018


Tudo em volta parece fomentar o ódio, a frustração, a tristeza.
A gente tenta se apegar ao menor resquício de empatia e respeito na tentativa de atravessar os dias com o mínimo de leveza.
Não quero mais canalizar as minhas lágrimas ao que me desperta raiva. 
Desistir de acreditar não é da minha natureza.
Por isso, me apoio naquilo que é singelo por essência.
O que verdadeiramente importa mora na delicadeza.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Sempre foi amor. Desde o momento em que você atravessou aquela porta. Meu coração vacilou e me dei por vencida: você veio para me arrebatar.
Sinto até hoje a urgência de te ter por perto. Meu peito se enche de alegria pelo simples fato de você morar nos meus dias. Dividimos a leitura, o vinho, a cama, a rotina.
Eu, que nunca experimentei o pertencimento, fiz de você o meu lar.
O meu lugar é onde você está.
Você é pra toda a vida.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Neste roteiro chamado vida
Nos alternamos entre bastidores 
e palco
Todo dia é nossa estreia
Cada experiência é inédita
Não há tempo para ensaios
No abrir e fechar das cortinas
Prescindimos de plateia e aplausos
Porque mais que protagonistas
Somos o nosso próprio espetáculo

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Amanhecer é ter uma página em branco esperando para ser escrita
Não há roteiro certo, nem história mais ou menos significativa
Cada um sabe de si:
sua dor, seu valor, suas conquistas.
A vida é um enredo que se esboça todos os dias
E o caminho mais bonito é aquele que a gente cria.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Hoje eu não consegui chorar. Só senti raiva. O estômago já começou a dar os sinais, a ansiedade me deixa zonza, fico andando de um lado pro outro, tonta, sem saber o que fazer ou o que pensar. Me falta um pouco de equilíbrio emocional onde sobra senso crítico. Sou racional até me deixar afetar. Aí o cérebro insiste em continuar, mas a gente sabe, sensibilidade exacerbada às vezes atrapalha. É fácil se deixar arrebatar.
Acho que estou me rendendo. Olho para o lado e não vejo mãos as quais eu possa me agarrar. Quando olho pra frente, sinto medo, e por mais que eu queria desesperadamente ter fé, é difícil acreditar. 
Onde você anda, Caio F. Abreu? O que você escreveria se ainda estivesse por aqui? O que diriam de você, das suas palavras tão cruas e ferinas e honestas? Será que iriam te admirar? Ou te apontariam o dedo do meio, mandando você se calar? 
Aprendi muito com você, com seus textos. Às vezes me pego lambendo o chão dos palácios, a encarar o sofrimento de joelhos. Mas insisto em levantar. Mesmo que aos prantos. Mesmo que seja doloroso demais caminhar.
Mas não há outra alternativa
Eu não vou parar.