quinta-feira, 30 de abril de 2015

Desconheço o comando
Desobedeço a ordem      
Qual é o sentido?
Apenas repito                   
Pra frente: eu sigo;    
Por dentro: eu sinto.

terça-feira, 28 de abril de 2015

26

"Oh, you are in my blood like holy wine
You taste so bitter and so sweet
Oh I could drink a case of you, darling
And I would still be on my feet
Oh I would still be on my feet."


Guardo a cor da gravata, o cheiro do charuto na tua camisa, o som de Joni Mitchell, o chiclete de melancia. 
Guardo as primeiras palavras, as tuas histórias, nossas mãos entrelaçadas, o frio na barriga. Guardo o beijo roubado, mês de abril, no fim do dia. Guardo a taquicardia. 
Guardo o gosto do cigarro, os textos que te escrevi, o sabor do vinho tomado, o teu perfume impregnado em mim. Todos os sentidos misturados: sinestesia.       
Guardo o teu rosto, o teu olhar, os meus dedos percorrendo o teu corpo para te decorar. Guardo os bilhetes, as primeiras viagens, as fotografias. Guardo a sensação de alegria infinita. Guardo para você minhas lágrimas, minha boca, meu tato, minha raiva, meu riso escancarado, meu 'bom dia', meu amor, minha poesia. Guardo tudo: os mínimos detalhes que te fazem único.     
Todos os dias lembro porque me apaixonei. Te olho, te beijo, te recebo. Enfim, agradeço.    
Você é o sol da minha vida. E há 4 anos amanheço.


"Oh and she's always dressed in white
She's like an angel
And she burns my eyes
Oh and she turns
She pulls a smile
We drive her round
And she drives us wild
Oh and she moves like a little girl
I become a child, man
She moves my world
And she gets splashed in dating turns away
And leaves me standing"


(Damien Rice)
A vida funciona como um texto. Há aspas, parênteses, exclamações, reticências (minhas preferidas), interrogações e os necessários pontos finais.

Extraio dos meus dias epifanias. A sensação de alcançar o significado de um poema, ao captar o sentido de uma narrativa. Por isso a leitura é tão fundamental: ela melhora o meu olhar e me faz enxergar a vida além do óbvio. Porque há magia na simplicidade da rotina. A essência, a verdadeira beleza, está no sentido que a gente dá ao nosso dia.



Eu fui. Como das outras vezes, sem bagagens. Fui, com todos os medos e anseios, partida ao meio. Fui.
Com o que restou, o tão pouco que ficou, o que eu tive que transformar em tudo para simplesmente ir.
Não sou de muitas palavras, prefiro o silêncio ao atravessar a estrada, não me apoio em nada. A gente aprende a continuar. E seguir.
Fui e nem precisei sair de casa ou fazer as malas. Fui. Com todos os caminhos abertos pra mim. Mudar é questão de dar o primeiro impulso. Sem data, sem hora marcada. Aconteceu agora. Dentro.
Exatamente aqui.

terça-feira, 14 de abril de 2015


"Que esse céu azul se mova muito devagar..."

sábado, 11 de abril de 2015


O que vier será bom, seja lá como for.
Murmuro baixinho, fazendo um pedido: 
"polisipos".                             
                                       
(aprendi a pausar a dor)

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Olho além por mero descuido. Relaxo e deixo fluir.
Acolho pingos de chuva, ondas do mar, raios solares. Semeio quem sou assim: guardando paisagens. 

Mutável como as dunas e imprevisível como as marés. Me basta apenas o que vejo e sinto. Abro mão do tangível para tecer o que é simples. O desapego é arte, deixo estar enfim. 
Olho para dentro: com o passar do tempo pertenço mais a mim.