Às vezes me faltam palavras para explicar, então deixo ele cantar. Ouço a voz de Chico antes de dormir, falando baixinho aquilo que desejo fazer você sentir, "eu sou sua menina, viu?" Você é meu rapaz. O mundo é testemunha desse sentimento, "do bem que você me faz". Ele, como homem, conseguiu entender a alma feminina e toda a sua profundidade, as nuances, os paradoxos que não consigo expor por maior que seja a minha sensibilidade. Pego emprestado o seu eu lírico para explicar o meu sentimento. E sua intensidade. "Se entornaste a nossa sorte pelo chão, se na bagunça do teu coração, meu sangue errou de veia e se perdeu..." Somos apenas um. Você é meu. Minha casa é o seu abraço, onde posso "repousar frouxa, murcha, farta, morta de cansaço". Estamos um no outro feito nó, feito laço. "Feito tatuagem". Saiba você, tão desacreditado de tudo, que se alguém duvidar, "consta nos astros, nos signos, nos búzios(...) garantem os orixás, serás o meu amor, serás a minha paz". E essa declaração é apenas uma das minhas maneiras de viver você, "eu, que te vejo e nem quase respiro". São as palavras que me acolhem se você não está pois "na tua presença, palavras são brutas". Me envolvo em teu corpo, me aninho no teu peito. " Eu, que não digo, mas ardo de desejo, te olho, te guardo, te sigo, te vejo dormir."
Eu te amo. E se nada disso for suficiente para explicar ao mundo esse encontro da gente, digo: simplesmente aconteceu.
"Porque era ele. Porque era eu."