domingo, 26 de janeiro de 2014

Carta aberta

Escrevo essas palavras como se fizesse uma oração. Tenho sangue e lágrimas nas mãos, tenho inspiração correndo nas veias e poesia batendo no coração. Não preciso sorrir pra demonstrar minhas alegrias, mas não contenho o choro se algo me entristece. Nunca peço atenção.  A dor me enternece e desatina. Eu me abraço toda encolhida. Eu me curo nos livros. Nos versos encontro uma saída.  Sou composta de intensidades, minha transparência é característica.  Não uso disfarces. Não gosto de maquiagem. Não quero os holofotes. Minha discrição fala mais alto. A coerência é minha rotina. Eu me basto. Vivi algum tempo suportando tristezas e perdi, dentre tantas coisas, a fé. Mas eu sou quem sou. Da melhor forma que posso ser. Exatamente assim. Poeta, menina. Escritora do meu papel, protagonista da minha vida. 

Essa é a verdadeira beleza pra mim.

Carta de Amor

"Se choro, quando choro, e minha lágrima cai
É pra regar o capim que alimenta a vida
Chorando eu refaço as nascentes que você secou
Se desejo, o meu desejo faz subir marés de sal e sortilégio
Vivo de cara pra o vento na chuva, e quero me molhar
O terço de Fátima e o cordão de Gandhi cruzam o meu peito
Sou como a haste fina, que qualquer brisa verga, mas nenhuma espada corta

Não mexe comigo, que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe não!
Não mexe comigo, que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só"


(Maria Bethânia in Carta de Amor)

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Partindo

Aos pedaços, não me enxergo no reflexo
Então eu quebro o espelho.
Nos cacos espalhados pelo chão me reconheço.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. 


Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente."

(Roberto Pompeu de Toledo)

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

"Para onde eu vou, vai-me o coração também, que ainda não arranjei modo de o largar pelo chão." (Valter Hugo Mãe)


O coração é um fardo pesado. Difícil de ser carregado. Mas não importa o quanto doa, não vou abandoná-lo.